Para sobreviver a períodos de frios extremos
o peixe-pirilampo retrai os órgãos do seu corpo
em até 50% do seu pequeno tamanho original
e consegue existir em meia-morada, pagando meio-aluguel
e gastando meia-energia.
Para sobreviver após a perda do companheiro
o pombo urbano recria seu parceiro
com tampas de garrafa, chicletes, flores,
ramos e as próprias penas e fica abraçando
o ídolo de suas memórias.
Para sobreviver após o pedido de casamento falho
o macaco pongo do olho castanho
fica chorando baixinho e atrapalhando
o macaco umbumbú do cabelo cacheado
de dormir a noite inteira.
Para sobreviver
eu sonho.
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